O gravy train portugues…
Num recente episódio de um programa de televisão onde os intervenientes fingem que debatem a situação política nacional; uma das pessoas que intervém fez uma tirada tão pseudo espectacular como estúpida. Verdadeiramente e sem querer, revelou o que verdadeiramente pensava sob o assunto ” austeridade”.
Sentindo pânico pelo que chama de “o avançar do populismo” e pretendendo atacar a actual solução de governo em Portugal, correlacionar isso com a Europa e o deprimente estado político da mesma, e ao mesmo tempo, aviar o recado vindo dos seus amos, segundo o qual “tudo” o que acontece de mau na Europa seria única e exclusivamente culpa da Alemanha, esta insigne criatura declarou que a má gestão da crise europeia por parte da Alemanha teria dado origem ao Brexit, à aproximação da Alemanha à Rússia, à crise do Médio Oriente e especificamente no que aos partidos políticos europeus diz respeito e respectivas afinidades tal má gestão teria originado o fim da social democracia europeia.
Este programa televisivo é de orçamento reduzido, devemos ter isso em conta, quando pessoas pagas para analisar e debater politicamente, apenas conseguem produzir uma má conversa de café, mesmo que inclua alusões ao The economist ou ao Finantial Times ou a qualquer outra falsa bíblia.
A criatura televisiva, courtier de segunda classe, com esta proclamação do fim da social democracia europeia, argumentava a seguir que isto tinha originado o fim dos partidos da tribo da esquerda política de vertente social democrata na Europa. Tal desastre tinha originado o aparecimento de “todos estes partidos de extrema esquerda”, que eram – pasme-se – contra a austeridade.
Infere-se segundo esta criatura que os partidos da social democracia “normais” e sem desvios à norma serão a favor da austeridade…?
É este o nível da argumentação estúpida, preconceituosa, que avia recados dos superiores hierárquicos oligarcas.
É esta a disseminação verbal da injustiça como forma de organização social.
Esta criatura courtier tem sido um membro constante e sistemático da elite cortesã deste país durante os ultimo 30 anos.Cavalgou o Gravy train português, auto colando-se à tribo da esquerda política.
O método cientifico para obter esse selo de qualidade e garantia de “normalidade social democrata” consiste em manifestar um acentuado anti comunismo, patente em declarações públicas e privadas, em paralelo com uma inclinação cultural imensa (supostamente um feudo exclusivo da tribo da esquerda política…) que leva a que se pense nos circulos bem pensantes dos cortesãos e dos que lavam mais branco que a pessoa é aceitável, uma compincha pró valores”de social democracia de acordo com o livro de regras.
Estas pessoas obtiveram inicialmente os cursos universitários certos nos lugares certos, ocuparam os empregos “de pluma vistosa” do regime, os estandartes supostamente meritocráticos do mercado de trabalho das artes, letras e ideias (especialmente nas administrações da tribo da esquerda política e especialmente nas administrações da direita política…) e obtiveram elevados lucros quer na gentrificaçao material do regime (obtenção de bens materiais e estatuto financeiro), quer nas áreas gentrificadas habitacionais do regime, onde habitualmente vivem e criaram casulos e bolhas de classe “bem”.
A vida tem sido boa.
Estas pessoas arranjaram um emprego em ” sítios” onde é inexistente a necessidade de trabalhar.
São apenas pagos para nada fazer, servindo de veículos que passam a mensagem que agrada as elites e aos oligarcas.
São apenas pessoas que existem num emprego durante um dia inteiro e são pagas para falar.
Falam muito, mas a substancia do que dizem é zero.
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Exactamente…, qual é o valor social, politico, profissional, cívico, de cidadania que estas pessoas tem entregue à sociedade, como retorno, pelo que a sociedade lhes tem permitido ser?
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Reorientando momentaneamente este texto.
Portugal transformou-se num local em que é muito estúpido o acto de se procurar ajudar as pessoas.
Como regra geral, as pessoas traem quem as ajuda, traem a cidadania que deveriam defender, traem-se a si próprias. Filosoficamente, e com muita paciência deve responder-se que o problema principal não reside na constatação que as pessoas irão trair, mas sim que as pessoas irão trair por um preço próximo de nada.
É inexistente qualquer capacidade por parte da generalidade da população em fazer uma correcta avaliação custo – beneficio do valor de qualquer coisa.
Numa nota ingénua, deve-se fazer o esforço de ajudar, mas há limites de paciência e de preço próximo de nada.
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Com o acima escrito em mente é necessário dizer que quem paga a existência dos parasitas do politicamente correcto, como discurso público próprio de um sistema de cortesãos inserido no arco da governação, recuse pagar este preço por algo que não traz valor.
Com acima escrito em mente é necessário dizer que os cortesãos que põe uma cara alegre afirmando serem pró justiça social, pró pobres, pró “social democracia” tem lucrado a nível pessoal com as injustiças e a pobreza que derivam dos ataques que são feitos aos membros da sociedade com problemas.
Com acima escrito em mente é necessário dizer que os cortesãos estão com verdadeiros problemas.
Num mundo com internet, cidadãos despolitizados, sem dinheiro institucional para os manter acima ou no patamar em que estão, sem acrescentarem qualquer valor de mercado aos oligarcas e as elites, quem precisa deles?
O chão foge-lhes debaixo dos pés.
Devemos ajudá-los a terminar a sua carreira de mercadores aleivosos com a maior indignidade possível.