Realidades Democráticas I

O grave problema das nossas democracias modernas é mesmo o facto de não funcionarem. Não me entendam mal. Não é que tenham problemas. Não é que haja dificuldade em reformar seja o que for – a “reforma” palavra também se tornou sinónimo de mudar as aparências para tudo permaneça na mesma. Podemos ou não querer lidar com isto conforme o nosso grau de conforto material, ego ou crença no sistema mas factualmente a democracia está defunta. Não é facto sujeito a debate ou opinião. É um atestado médico.

Sujeito: Democracia. Causa de morte: falta de interesse do cidadão.

Sujeito: Democracia. Causa de morte: falta de interesse do cidadão.

Prova I (outras virão, não corro o risco de ficar sem exemplos): a investigação sobre os cidadãos gregos com contas na Suíça fica em águas de bacalhau. Uma investigação sobre o que pode ser a maior fuga fiscal da memória do país não é investigada porque os representantes eleitos se recusam a tal. Parabéns a quem os elegeu, terão neles com toda a certeza incansáveis defensores do bem comum.

Moral da Prova I: A) Há mesmo quem esteja acima da lei. Tal como existe uma Europa a duas velocidades a maioria das democracias modernas introduziram uma cidadania a duas velocidades. Uns são regidos pelos estatutos “universais” e leis e outros, pela posição social e destaque económico, compraram uma isenção das suas obrigações – um pouco como o exército no tempo da monarquia. Estamos de novo em tempos em que os pobres combatem nas “guerras” da nova aristocracia mercantil e bancária. B) As pessoas não estão prontas a aceitar esta realidade. Sim queixam-se mas não integraram mental e emocionalmente este novo estado de coisas.

2 thoughts on “Realidades Democráticas I

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